quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Voz Da Mata


Poema em comemoração aos 50 anos de criação do Parque Estadual de Porto Ferreira
(Mata do Procópio).


Eu não tenho voz
Eu não articulo nada
Mas está noite uma voz me é emprestada

Então não perderei tempo me apresentando
Cada um aqui presente me conhece
Eu vivo entre a estrada e o rio que padece

Já dominei toda está região
Para além de onde a vista humana alcança
Mas seus antepassados vieram e fizeram uma matança

Por isso vivo confinada
Mas não estou em busca de vingança
Quero apenas a chance de viver com esperança

Hoje sou pequena
Mas a força da criação ainda esta comigo
Na ausência vossa eu crescerei destruindo vosso mundo antigo

Não me entendas mal
Não quero ao vosso fim
Alegra-me vossa presença junto a mim

Quero vossa parceria
Pois vocês precisam da minha ajuda
Para que a terra novamente volte a ser fecunda

Deixem-me ir além do parque
Deixem-me voltar a ser a ciliar deste rio amado
Abraçar novamente ao Mogi e seus filhos como no passado

Deixem-me enfeitar os jardins de Porto
Sombrear suas calçadas e quintais
Margear a Anhanguera e muitas rodovias mais

Venham saborear meus frutos
Clonar minhas filhas e dispersar minhas sementes
E talvez até achar remédios para os males de corpos e mentes

Deixem-me doar a vida
Ser o lar de seus irmãos em extinção
Curar as feridas da terra que explorastes sem compaixão

Deixem-me respirar
Para que vocês também possam respirar
Nesta parceira todos nós só teremos a ganhar

E se um dia vocês partirem
Para as estrelas conquistarem
Eu ficarei aqui cuidando dos que ficarem

Mas se quiserem a minha ajuda
Para terraformar novas orbes e criar novos lares
Com prazer eu cruzarei convosco os vazios estelares


Anfiteatro Municipal Esaltino Casemiro – Porto Ferreira SP – 28 de Novembro de 2012.




domingo, 25 de novembro de 2012

A Fuga Fria

Na estrada em uma noite fria
Com uma miríade de estrelas
Na mente uma visão sombria
Antevendo todas as mazelas

Fugindo do próprio destino
Na mais alta madrugada
Num momento de desatino
A sorte nefasta foi selada

Um estampido
Um clarão
O corpo caído
Um borrão

Uma contenta sem sentido
Agora jamais terá um fim
O motivo justo está perdido
Dentro duma poça carmim

Uma vida findada
Entregue para os lamentos
A outra destroçada
Imersa em arrependimentos

É longa por demais a estrada
Mas a distância não aumenta
O frio que acalenta a jornada
Ecoa no seu imo em tormenta

Não existirão moradas
Não haverá refrigério
Seguirá pelas estradas
Mantendo seu mistério

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Guerra do Pó



A cidade desfalece nos crepúsculos
O medo impera em todas as sombras
A velha amiga distribui mais ósculos
Familiares pranteiam sobre alfombras
 
O braço da lei esta acuado
Fogo e chumbo são as armas
E todo terror é determinado
Por detrás das altas muralhas
 
Vira pó o poder público
Pela inércia dos políticos
E o pó vira poder único
Pelos viciados mefíticos
 
Os avós oram pela paz
Os pais imploram por justiça
Pela guerra nada se faz
O parlamento só tem cobiça
 
Apliquem os direitos humanos
Apenas aos humanos direitos
Joguem por terra esses enganos
Em memória dos lares desfeitos
 
Respeitem as vidas perdidas
Honrem os policiais mortos
Criem leis muito mais rígidas
Fechem fronteiras e portos
 
Tomem as redias do destino
Não sejam vítimas dos fatos
Isto é guerra não um desatino
Diante da gravidade dos atos
 
 

domingo, 18 de novembro de 2012

Revolução

Incontáveis são as memórias
Entalhadas em meu coração
Foram dias plenos de glorias
Merecedores de uma canção
 
Nossos sonhos chegaram
Ao longínquo limite do céu
Por força dos que lutaram
Enfrentando o destino cruel
 
A liberdade voo alçou
A alma obteve o perdão
A nação nos abençoou
A luz baniu a escuridão
 
Vieram belos dias de paz
Foram-se os dias de luta
Aos que ficaram para trás
Homenagens por conduta
 
Assim construímos uma nação
Suor e sangue foram derramados
Nunca esqueceremos esta lição
E dos muitos sonhos sacrificados

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Chuva Na Alma

Chovia muito naquele dia
Em que tu disseste adeus
A água da chuva era fria
Quente a dos olhos meus
 
Fiquei olhando seu caminhar
Até desaparecer na névoa
Sentindo a saudade apertar
Em meu coração sem trégua
 
A chuva já parou lá fora
Mas não em minha alma
Meu coração ainda chora
Minha mente sem calma
 
Eu ouvi com atenção
A tudo o que falaste
Mas em meu coração
Sem sentido ficaste
 
Queria muito entender
O porquê desse final
Deixando de padecer
Obtendo a paz afinal
 
Sigo sem refrigério
Sentindo toda a dor
Com esse mistério
E sem o teu amor
 

domingo, 11 de novembro de 2012

Fé No Amor

Em teus olhos eu olho
E neles eu vou acreditar
É o destino que escolho
Para sempre vou te amar
 
Não diga que o amor é cego
Isso eu nunca poderei aceitar
Quem fica sem foco é o ego
Por na verdade não acreditar
 
Quero poder ler sua mente
Secretamente nos comunicar
Saber quando está contente
Ou sorrindo só para disfarçar
 
Quero viver ao se lado
Por todas as estações
Desfrutar deste legado
Tão cheio de emoções
 
Quero ser a luz do sol
Dentro de seu coração
E tu serás o meu farol
Indicando-me a direção
 
Vamos trilhar o caminho
Para a nossa felicidade
Enfrentando cada espinho
Sempre com a verdade
 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Paixão Magnética

Sigo mergulhado nessa paixão
Uma sensação demasiada e incerta
Uma força gravitacional e magnética
Que excede o limite da razão
 
O destino esta brincando conosco
Dando-nos impressão de uma batalha
Onde não veremos vitória ou mortalha
Apenas dois corações num enrosco
 
Nesta situação a teoria é falha
Basta um toque para perder-se
Não haverá remédio que valha
A única solução será render-se
 
E assim estamos condenados
Vamos viver uma linda história a dois
Pelo destino fomos conectados
E não temos como deixar para depois
 
Segure em minha mão
Vamos juntos pelo mundo
Viver toda essa paixão
Um eterno amor profundo
 
Isso é tudo o que quero
Ter você ao meu lado
Para sempre eu espero
Sonhando ou acordado

 

domingo, 4 de novembro de 2012

Os Bem-aventurados

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bem-aventurados aqueles que pacificadores são
Porque eles serão chamados Filhos de Deus
Bem-aventurados os que são perseguidos por sua retidão
Porque deles é o Reino dos Céus
 
Bem-aventurados todos que ao arco-íris leem
Porque eles estão no caminho
Bem-aventurados os que na solidão da alma vivem
Porque eles terão percorrido a metade do caminho
 
Bem-aventurados os que em nascer na imperfeição escolhem
Porque eles serão duplamente recompensados
Bem-aventurados os que no luto sofrem
Porque eles serão consolados.

Bem-aventurados os que sabem e calam
Porque algum dia exaltados eles serão
Bem-aventurados os que choram
Porque ao Espírito eles receberão
 
Bem-aventurados os que não temem
Porque Deus em suas mentes eles encontrarão
Bem-aventurados os que não mentem
Porque com os que enganam eles não se importarão

Bem-aventurados os limpos de coração
Porque os encontros deles com Deus serão antecipados
Bem-aventurados os que têm fome e sede de retidão
Porque eles serão saciados.
 
Bem-aventurados os que maldições, perseguições e injurias sofrem
Porque no Reino grande será a recompensa
Bem-aventurados os buscadores da verdade mesmo que não a encontrem
Porque na busca encontrarão a recompensa
 
Bem-aventurados os misericordiosos
Porque misericórdia eles obterão
Bem-aventurados os mansos
Porque a Terra eles herdarão
 
Bem-aventurados os que à felicidade buscam
Porque eles serão encontrados pela felicidade
Bem-aventurados os que à vontade do Pai se entregam
Porque terão encontrado a verdade.
 
Bem-aventurados os que amam a si mesmo
Porque amar a todos eles irão
Bem-aventurados os humildes e os pobres de espírito
Porque os tesouros do Reino deles serão
 
Bem-aventurados os que desaprendem
Porque eles renascem