quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Sakura

A brisa se espalha em rosa
Pequenas pétalas de sakura
Sob o teu olhar de ternura
Depois de uma noite chuvosa

Nestas montanhas tão distantes
O mundo se faz pequeno
A lua e o sol chegam antes
E o orvalho é mais sereno

Sob o teu olhar de ternura
Ouço as cigarras cantando
Vejo neve ao topo recuando
É o sol perdendo a brandura

Nesta oriental primavera
Vejo teu olhar de ternura
E meu coração vocifera
Minha paixão por Sakura


domingo, 22 de fevereiro de 2015

Barreiras de Solidão

Não importa o que aconteça
Eu sempre irei chamar por ti
Por isso nunca desapareça
Quando precisar estarei aqui

Este teu coração despedaçado
Machuca tudo o que você toca
E o teu olhar torto e forçado
Grita socorro por tua boca

Você ergueu estas barreiras
Para afastar quem ria de ti
Mas eu encontrarei maneiras
E rompendo-as vou tirar-te daí

Mesmo não sabendo o que dizer
Segure firme em minha mão
E assim você poderá perceber
Que já terminou a tua solidão




terça-feira, 17 de fevereiro de 2015

Alvorada Azul


Ainda havia um resto de sol no mar
Quando a segunda estrela apareceu
Mas as ondas continuaram a quebrar
Ignorando ao caos que se sucedeu

Apenas os homens ficaram a lamentar
Chorando pelo velho mundo perdido
Sem verem o novo que havia nascido
Um ponto onde tudo pode recomeçar

A estrela tinha um brilho azul pulsante
Tornando o mar ainda mais radiante
Enquanto a Lua vestiu-se de cobalto
Chegando mais perto em um salto

As constelações se embaçaram
Enquanto a Terra trepidou em alegria
Derramando calor sobre a rocha fria
E novas montanhas se elevaram

O conforto fora quase todo perdido
A beleza foi novamente restaurada
Um novo dia podia agora ser vivido
Sob um novo céu de azul alvorada



sábado, 14 de fevereiro de 2015

Medo de Olhar

Teus olhos claros perscrutam
A minha alma atrás de segredos
Enquanto minhas mãos suam
Demonstrando os meus medos

Se mergulhar em teu olhar
O que será que eu verei?
Num novo mundo estarei?
Ou irei apenas me afogar?

Os dias passam devagar
Esperando algo acontecer
Frases que não ouso dizer
Me fazem quase engasgar

O que realmente tu buscas?
Tenho medo de lhe perguntar
É como se algo fosse quebrar
Ferindo-nos com suas lascas

Então permaneço ao teu lado
Evitando sempre o teu olhar
Com medo de nele mergulhar
Findando sem ter começado



quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Argonauta

Vejo estrelas refletidas no mar
O silêncio é maior que a noite
O vento frio parece um açoite
Mas não há para onde voltar

A solidão me faz companhia
A morte perdeu meu rastro
Minha nau perdeu o mastro
E meu destino é uma ironia

A mente repassa as cenas
Que geraram essa agonia
Vividas numa manhã fria
Nas muralhas de Atenas

Os deuses me deram as costas
E a lua escondeu-se no poente
Agora sou só um sobrevivente
Boiando entre duvidosas rotas

As estrelas nada me dizem
Os ventos nada me trazem
Minha nau agora é baluarte
De minha alma em descarte



sábado, 7 de fevereiro de 2015

Augúrio


Pelo futuro do firmamento nas alturas
Que a proteção e o interesse dos espíritos estejam contigo
Tempos virão com muitas negruras
Está para começar a derradeira colheita do castigo
O Juízo vira pelo mar
Sem nenhum aviso de perigo
Ninguém poderá se livrar
Pois os pecados fluem em suas veias
E o destino os prendem em suas teias
Virão as nuvens pelo bramido do mar
Enquanto o vento convoca a tormenta
Misteriosas palavras que a nada acalenta
Provocando risos nervosos nas bruxas do lugar
Tenebroso banquete que irá se repetir
Até a última estrela fugir
E as penas douradas cairão até o inferno
Pois as asas foram manchadas pelo pecado
Transformar-se-á em poeira o que era eterno
Tendo toda a esperança já se acabado
Que o coração implore
Queimando em promessas não alcançadas
Não mais chore
Destrua estas ilusões capturadas
Reerga-se, mesmo após a morte
Já que não existe mais a tal da sorte   





quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Amor Incompreendido

Eu não consigo entender
Este meu passado covarde
Onde meus medos fazem alarde
Sem mesmo ter o que perder

Este meu outro eu se arrasta
Nas sombras de minha alma
Minando toda a minha calma
Tornando a realidade nefasta

E agora o céu está todo mudado
Cheguei ao topo de coração vazio
Em minhas veias corre só o frio
Pelo medo meu sangue foi sugado

Quero voar como em meus sonhos
Abandonando as pesadas dúvidas
Que me prendem a muitas vidas
Parecidas com frutos inconhos

Percebo quão fraco eu sou
E que jamais vou conseguir entender
Por que tu insistes em me oferecer
Todo o amor que te restou