quarta-feira, 15 de junho de 2016

Quinhentas Vezes


Uma seara em palavras
Algumas doces, outras amargas
Traçando linhas como lavras
Fazendo em letras adagas e adargas

E assim fui por quinhentas vezes
Descrevendo horrores e encantos
Em monocromos ou ricas matizes
Entre alegrais e prantos

Acalentando a verdade
Acareando a mentira
Buscando a felicidade
Balançando entre o amor e a ira

Hoje o poeta pede uma pausa
Mas não se trata de letargia
Meu silêncio é por uma boa causa
E pode ser quebrado pela nostalgia



domingo, 12 de junho de 2016

Términos e Recomeços


A chuva caiu ao final da tarde
A luz transpassa entre as árvores
Um arco-íris se forma sem alarde
Pássaros cantam entre as flores

Onde partículas de luz e poeira se dividem
Nós também iremos nos separar
Pois nossas estrelas já não mais se colidem
Passarão a eternidade a vagar

Toda primavera traz uma flor desconhecida
Basta querer por ela encontrar
O amanhã virá mesmo que a noite seja sofrida
A dor no coração abranda se ele ainda puder amar

Eu adoraria te encontrar novamente
Naquele lugar que nos ensinou o que é amar
Mas agora tudo está tão diferente
Por este mundo ainda belo eu quero caminhar




quarta-feira, 8 de junho de 2016

Amor Esquecido

Temos hoje um amor esquecido
E por sua falta temos sofrido
Amor que por um Mestre fora ensinado
Já são dois mil anos desse legado

Dois mil anos e nada aprendemos
A sua essência ainda não entendemos
Desse amor que nos fora dado
Uma sabedoria deixada de lado

Mas o mestre ainda irá nos perguntar
E nada teremos para falar
Pois esse amor está escondido
Por ninguém ele é exercido

Ao teu próximo você amou?
Como teu irmão o considerou?
Com base nisso Eu irei te julgar
Essa é a medida que Eu irei usar 

domingo, 5 de junho de 2016

A Força do Tempo

Vejo no tempo uma ilusão
O maior engodo da criação
Onde tudo se diz perfeito
Onde a esperança fez seu leito


O tempo da dor é portador
Nivelando o ódio e o amor
E zera todos os nossos feitos
Igualando desonrados e eleitos


Ele esconde sobre sua poeira
As glórias de uma vida inteira
As grandes obras do passado
A pior guerra e o maior legado


Frente ao tempo tudo é uma quimera
Toda e qualquer forma é efêmera
Nada resiste ao seu eterno caminhar
Nada pode realmente ver o tempo passar



quarta-feira, 1 de junho de 2016

Lendas e Mitos


Por entre montanhas vagando
Com seus passos seculares
Um velho reino carregando
Com fantasmas aos milhares

Caladas paredes de pedras
Que contam suas histórias
Escondidas sob as hedras
Estão seus tesouros e vitórias

Uma jornada solitária
Uma maldição antiga
Extinta nação mercenária
Cujos restos mortais ela abriga

Para esconder do mundo este segredo
Pela eternidade ela segue vagando
Pois imortal tornou-se neste enredo
Novas lendas e mitos ela vai criando