quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Novos Passos

Liberto das amarras do mundo
Seguindo um destino desejado
Vivendo cada fato tão profundo
Abraçando o que é inesperado

Sem vontade de olhar para trás
Desnecessário rever o passado
Mais nada lá pode ser alterado
O que foi bom ou ruim, tanto faz

Quero apenas olhar o horizonte
Seja ele sereno ou tempestuoso
Belo levante ou ocaso tenebroso
Pois eu já venci meu Aqueronte

Quero ver detrás da montanha
Saborear o rio após cada curva
Saber com que a ciência sonha
Descobrir aonde o mar se turva



domingo, 25 de outubro de 2015

Estranhos Cultivos

O medo planta a semente da desconfiança
E em seu seio brota a árvore da discórdia
De onde florescem o conflito e a vingança
Frutificando ódio cuja colheita não é tardia

A ignorância verte a semente da intolerância
E em seu seio emerge a árvore da violência
Em cuja vasta copa a desídia alastra em flor
E frutos de genocídio são colhidos com dor

A ganância lança a semente do poder
Donde germina a árvore da corrupção
Cujas flores são a mentira e a ilusão
Traição e solidão são os frutos a colher





quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Muitas Palavras


Eu já enviei muitas palavras
Por meio de um vento nítido
Todas são de minhas lavras
Sobras dum coração partido

Algumas falam de esperança
Já outras de fatos verídicos
De juras de amor e confiança
Ou de pensamentos fatídicos

Relatos de dias tão felizes
Ou de saudades dolorosas
Sonhos de vários matizes
Até de loucuras imperiosas

Mas eram apenas palavras
Foi tudo que o vento levou
Pois o suor de minhas lavras
Só o tempo se encarregou




domingo, 18 de outubro de 2015

Sempre a Vagar

Lembro que estive a te procurar
Vagando por entre meus sonhos
Repleto de mundos tão estranhos
Sem jamais conseguir te encontrar

Apesar de tu estares aqui agora
Teus olhos aquecem minha tristeza
Estes poços tão profundos de frieza
Parece que a tua alma foi embora

Então sigo com saudades do outrora
Tornando-me a cada dia mais forte
Buscando dar a minha vida o Norte
Para encontrar a felicidade na aurora

E em meus sonhos continuo a vagar
Procurando em vão pela tua alma
Mantendo meu coração em calma
Assim a saudade não irá me afogar  



quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Visões

Eu vejo um oceano de lamentos
Vejo sonhos sendo abandonados
E seres por esperança sedentos
Que por ódio seguem ignorados

Eu vejo as irmandades perdidas
Com honras e votos degradados
Vejo bestas não mais escondidas
Tramando contra os imaculados

Eu vejo que a terra está ferida
E que ela clama pela revolução
Eu vejo a dor ainda não sofrida
Sendo aclamada como solução

Eu vejo o fim sendo procurado
Como se ele fosse uma benção
Eu vejo um desejo deturpado
Chocando um ovo de perdição



domingo, 11 de outubro de 2015

Lua Vermelha

A lua vermelha no levante
Anuncia as dores do mundo
Que busca num rompante
Um recomeço mais fecundo

A vida segue agonizante
À beira do grande deserto
Decretando o futuro incerto
Em algum ponto do poente

As areias ao tempo escutam
Sussurrando depois aos ventos
Suas alegrias e seus lamentos
Com seres que nas dunas lutam

É apenas fim de mais uma era
Onde até as estrelas mudaram
E muitas novas esferas criaram
Sendo a vida apenas quimera


   

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

Um Sonho


Vimo-nos apenas uma vez
Em algum lugar do passado
Em um instante inapropriado
Fato que nunca mais se refez

Mas em mim ficou marcado
Como um momento radiante
Com o teu sorriso inebriante
E por tua doçura emoldurado

Agora busco a luz dos teus olhos
Procuro a esmo pelas tuas curvas
Perambulando sem rumo nas ruas
Perscrutando tal fazem os corvos

Mas absolutamente nada consigo
O mundo a tua existência tragara
Parecendo que tudo eu sonhara
Restando o desejo de estar contigo



domingo, 4 de outubro de 2015

Malévolo

São múltiplos os caminhos
Mas há apenas um destino
Cheio de dores e espinhos
Um aparente castigo divino

E quanto mais o tempo passa
Mais próximo ele se apresenta
Parecendo estar à minha caça
Tão feroz quanto uma tormenta

Ele não quer minha rendição
Muito menos oferece trégua
Não vislumbro sua condição
O inverossímil é a sua régua

Sente prazer com a minha luta
Minha determinação lhe enleva
Sua motivação está na disputa
Apenas uma existência maleva