sábado, 31 de janeiro de 2015

Exceções

Nem sempre o mais fraco realmente o é
Nem sempre o mais forte consegue tudo
De uma determinação é que nasce a fé
A solidão é dos sons o mais agudo
Sob a máscara da violência
Está dormente uma carência
A liberdade é uma opção
O desejo esconde a obsessão
E o medo sempre se alastra
Na ausência da razão
A necessidade adestra
A coragem do coração
E a dependência orquestra
A própria perdição  




                                                           
  

quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Desfiando

Por favor, lembre-se
Lembre-se de quem eu sou
Eu não quero machucá-la aqui
Neste mundo que outrem imaginou
E que não sei como funciona
Este lugar todo destruído
Destruído mundo onde você me amou
Tem alguém dentro de mim?
Até parece um descuido
Um escárnio perto do fim
Eu ouço teu riso
Sem nada poder ver
Tão danificado
Descuidado
Sem mais o que fazer
Eu seguro minha respiração
E congelo
Um flagelo
Dentro do meu coração
Quebrável
Inquebrável
Insano
Profano
São
Sacro
Já estou tão fraco
Transparente
E neste estado te encontrei
Com este mundo me retorcendo
Gradativamente
Estou desaparecendo
Não olhe mais para mim
Mas por favor
Lembre-se de quem eu sou
Até o fim



domingo, 25 de janeiro de 2015

O Que Tu Desejas?

Mesmo sendo dependente de alguém
Não haverá mais nada que tu desejas?
Abandone os falsos eus que você tem
Seja apenas quem realmente almejas

Lembra o lindo céu com que tu sonhas
As minhas lágrimas nunca o alcançam
Não importa o futuro que tu proponhas
Minhas esperanças não se dispersam

Levante as tuas mãos em valva
Colha fragmentos de meu coração
Eles emitem a luz que te salva
Nestas noites de gélida escuridão

Mesmo sendo dependente de alguém
Não haverá mais nada que tu desejas?
Fragmentos de meu coração você tem
Abra os olhos ao que realmente almejas


terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Pela Eternidade


São tão pobres estas parcas linhas
Incapazes de dizer o que estou sentindo
De demonstrarem as razões minhas
Por viver contigo este amor tão lindo

Em teus negros olhos talvez eu seja
Aquele que não possa muito ajudar
Mas sinto onde quer que eu esteja
O calor de suas mãos ao me salvar

Por isso sigo agora ao teu lado
Querendo proteger-te de tudo
O meu destino já está selado
O caminho não mais eu mudo

Não importa o quão distante estejas
Pense em mim e estarei contigo
Para enfrentar qualquer inimigo
Para buscar tudo aquilo que almejas

Mesmo que eu já não mais exista
Ainda irei querer a tua felicidade
Por isso peço que jamais desista
Estarei ao seu lado na eternidade


domingo, 18 de janeiro de 2015

Deixe-me Saber

Ei, deixe-me saber
Saber um pouco mais de você
Eu queria apenas te entender
Uma troca de palavras
Descuidadas
Deixou um gosto de remorso
E então eu me distorço
Em lágrimas
Desatinadas
Eu quero conectar nossas emoções
Ao compasso de nossos corações
Deixando tudo em sintonia
Semeando a vida de felicidade
Transformando amor em epifania
Eu perdi tudo de vista
Menos meu objetivo
Esquecendo algo decisivo
De valiosa simplicidade
Vamos recomeçar
Ei, eu quero saber
Saber tudo de você
Voltar a te abraçar
Ficar a tua mercê
Até o dia amanhecer



quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Era Uma Vez Mais Uma Vez

Era uma vez
Um amor sem medidas
Repleto de ilusões
Gerando muitas feridas
Mais uma vez

Era uma vez
Um cordel de desilusões
Que não couberam no peito
Provocando turbilhões
Mais uma vez

Era uma vez
O final de uma jornada
Pontuada de arrependimentos
E a morte foi renegada
Mais uma vez

Era uma vez
Os muitos erros cometidos
Que para nada serviram
Pois não foram corrigidos
Mais uma vez

Era uma vez
Toda uma humanidade
Que na sua ignorância
Plantou só iniqüidade
Mais uma vez

Era uma vez
Um aflito Onipotente Deus
Que vendo tanto sofrimento
Extinguiu aos filhos seus
Mais uma vez



domingo, 11 de janeiro de 2015

Solidão Na Chuva


A chuva cai encharcando a cidade
E eu aceno de leve te dizendo adeus
O trem te leva deixando a saudade
E a imagem dos tristes olhos teus

Nada acontece como é esperado
Hoje o tempo passou arrastado
Como se algo estivesse errado
Terá o trem um destino ignorado?

Em passos lentos deixo a estação
Com sentimentos presos ao coração
E esta chuva não alivia a minha dor
Retirando da minha pele o teu calor

Deveria ser tão simples de te dizer
Mas as palavras sempre me fogem
E o trem te levou sem você saber
O que os meus olhos te escondem




quarta-feira, 7 de janeiro de 2015

Perdida no Tempo


Saída das brumas do tempo
Ela vaga em paisagem incerta
No leito de uma rua deserta
Com saudades de seu campo

O orvalho lhe acaricia as penas
As pedras estão frias e serenas
As luzes não vencem a escuridão
Seus passos alimentam a solidão

Seus olhos não reconhecem as formas
Os odores não lhe oferecem memórias
As alternativas lhe são contraditórias
A sua existência contradiz as normas

Ela não busca uma explicação
Sequer reclama de sua condição
Apenas caminha com esperança
Buscando um fio de lembrança


domingo, 4 de janeiro de 2015

Linhas Rivais

Quem é que está em teus pensamentos?
Teu peito ainda está preso àquela carta
Aquelas linhas abalaram teus sentimentos

Com meu coração partido eu fiquei parado
Mesmo querendo perceber não o fiz
Por essa distância entre nós o amor é culpado?

Quero pedir-te que fique ao meu lado
Mas as palavras não saem de minha boca
Eu te conheci neste mundo maculado

Por isso agora te peço um favor
Realiza um milagre em meu coração
Cure essa ferida feita pelo amor