quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Mais Um Réquiem

Paralisado agora estou
Sem saber onde ficar
Diante do mundo que mudou
E esqueceu-se de me avisar

Os amigos perdidos no tempo
As alegrias perdidas na memória
Os filhos foram com o vento
Os amores viraram história

A alma clama
O corpo reclama
Inimiga é a cama
No apagar da chama

A melhor idade
Mas que sandice
Tenho é saudade
Da minha meninice

Preocupava-me com boletins
Hoje só me vejo com boletos
Antes ansioso para ver os fins
Agora colocam-me nos obsoletos

Minha alma requer a vida
Meu corpo deseja a morte
Um partir sem despedida
Um destino sem boa sorte



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domingo, 25 de agosto de 2013

Sobre Areias Frias

Passos dados na areia
Sem qualquer intenção
Sob a luz da lua cheia
Distraindo meu coração

A brisa fria em minha pele
Traz alento as emoções
Que este caminhar revele
O real valor das minhas ações

Não posso julgar meu espírito
Mas posso pesar os meus atos
O arrependimento é infinito
Almejando esquecer aos fatos

Busco a paz entre as dunas
Sob o manto frio da noite
Evitando o calor das tribunas
E olhares que são um açoite

A solidão é boa conselheira
Quando a alma está ferida
Mas se a dor for a derradeira
Só pelo amor ela será contida


quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Despedidas

O vento sopra intermitente
Trazendo as folhas perdidas
Prometendo um frio pungente
Nestas horas de despedidas

É o inverno se fazendo presente
Alimentando as tristezas sofridas
Na alma o calor se faz ausente
Nestas horas de despedidas

De amor eu fiquei carente
Com a sua inesperada partida
Saudade é um grito estridente
Nestas horas de despedida

O coração sofrerá por ti loucamente
Pelas dores que nele estão contidas
A solidão vivera aqui eternamente
Nestas horas de despedidas

O ar firo deixa o mundo dormente
E as nossas almas corrompidas
Ao verão ansiamos urgente
Nestas horas de despedidas



quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Um Raio de Esperança

Procurando por um raio de luz
Tudo o que posso fazer é vagar
Por onde a busca me conduz
Não importa o quanto eu andar

A cada suspiro vejo que não vou me render
Não importa o quanto irei me machucar
Nesta busca não tenho tempo para temer
Seguirei em frente até conseguir me libertar

Vou livrar-me de tudo
Até onde o tempo alcance
Do que aprisiona meu mundo
Antes que meu coração se canse

Farei da liberdade minha arma
E certamente irei conseguir
A força para libertar minha alma
E realizar os sonhos no tempo por vir

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quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Um Futuro Sem Futuro

Eu vejo o futuro sem futuro
Andando a esmo pela madrugada
Criando um mundo obscuro
Enquanto a escola está fechada

Eu vejo o futuro fugindo
Pois seu lar virou casa de horrores
Sem saber onde está indo
Movidos pela carência de amores

Eu vejo o futuro perdendo-se
Em sensações imediatas
Nos cantos escondendo-se
Para ter emoções baratas

Eu vejo o futuro esquecer o passado
Tanto os erros quanto os acertos
Perdendo aquilo que foi conquistado
Revivendo os mesmos apertos

Eu vejo o futuro ameaçado
Entre a ignorância e a violência
Será marcado como gado
Refém da elite sem benevolência

Eu vejo o futuro sendo escravo
Nas engrenagens do sistema
Vitima de maligno conchavo
Esquemas dentro do esquema

Eu vejo o futuro sem Deus
Perdido entre tantas seitas
Perseguindo aos poucos ateus
Que são pessoas direitas

Eu vejo o futuro morrendo
Com anemia de valores
Dentro de um caos horrendo
Onde política virou favores


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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Cupido Caído

Como estavam pesadas
Inúteis elas se tornaram
Pela escuridão atadas
Os músculos atrofiaram

Sem motivos para voar
Sem razões para vencer
Não estão mais a me buscar
Optaram por me esquecer

Meu arco perdeu a tensão
As flechas não brilham mais
Querem apenas sensação
Sentimento ficou para trás

Abdico de minha posição
Viverei entre os mortais
Sem asas no meio da multidão
Talvez eu forme mais casais


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quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Todos Os Versos Merecem Ser Lidos

Minha cara poeta
Por que se menospreza tanto?
Tu és uma alma dileta
Sempre a mostrar um encanto

Se narras os dissabores da vida
É sinal de que os viveu
De que não fugiste da lida
De que tentou e não esmoreceu

O inferno na teria nenhum sentido
Se as almas não sonhassem com o céu
Nem tudo ainda está perdido
Pois tu fazes de tinta ao seu fel

Há beleza na solidão
E pelo torto se vê o correto
Aprende-se na desilusão
Sem dor o coração fica quieto

Lerei sempre seus versos
E rogarei por suas dores
Para que crie novos universos
E encontre novos amores

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