quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Direito e Avesso


Eles se olham face a face
Estarão juntos eternamente
Em quase impossível enlace
Tendo por janela uma mente

O mundo é apenas um reflexo
Daquele que for mais poderoso
Uma guerra infinita e sem nexo
Obra de um ser infinito e ardiloso

A luz revela a treva
A treva destaca a luz
A força nada releva
A escolha te conduz

O equilíbrio é inaceitável
O pendulo jamais para
Pela razão é controlável
Na emoção um dispara

Gêmeos ou amantes
Interações sem mistura
Em ódios exorbitantes
Ou amores em fartura

Lados de uma mesma moeda
Espalhados pela humanidade
Que nos integra ou segreda
Semeando paz e calamidade


domingo, 24 de fevereiro de 2013

Ostracismo Não


Não de as costas ao mundo
Não feche a porta para a vida
Nem água fica em poço fundo
Deixa-se içar para qualquer lida

Olhe nos olhos de seu próximo
Faça da dor a força para o dia
Em cada luta chegue ao máximo
Brinque de sorrir com a ironia

Caia, mas no chão não permaneça
A poeira vai embora sem opção
Perdoe, mas nunca mais se esqueça
Pois sempre reaparece a traição

Divide, mas apenas com confiança
Coração calado perde a razão
Busque sempre sua alma criança
Mas mantenha a malícia à mão

A felicidade é uma eterna busca
A tristeza uma simples opção
O mundo é um espelho que ofusca
Mostrando apenas seu coração

O amanhecer sempre chega
Quer você queira ou não
Então ao sono você não renega
Pois o amanhã requer disposição


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Que Deus Lhe Tenha

Ou tu muito me odeias
E ama o fato de me odiar
Ou tu muito me amas
E odeia o fato de me amar

A Compreensão ficou distante
A Impaciência ficou por perto
A mente buscava o horizonte
O corpo padecia em deserto

Prazer no sofrimento alheio
Seletas escolhas imerecidas
Queria em minha mão o reio
Vergando nas horas bandidas

Mas isso cabe a Deus
Ou talvez para a vida
Plantou junto dos teus
Colherá após a partida

A piedade não tem cabida
Num gerador de tormentos
A dura lição será aprendida
No mar de arrependimentos

Pois que se vá para longe
Antes tarde do que nunca
Viverei a paz de um monge
Ausente essa alma adunca

A amizade está dura e fria
A indiferença foi bem cultivada
Essa ausência não dará cria
Pois saudade não foi plantada

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Só Os Miseráveis Julgam.


Caros leitores.

Para entender “o porque” do presente poema, leiam antes os seguintes textos:







O que é a miséria?
Quem sois vós para julgar alguém miserável?
Como se atrevem a definir miséria?

Somente o Perfeito pode tal intento.
Dentro da ótica humana, tudo é relativo.
Quem é o mais miserável no momento?
O rico tolo que tudo esbanja ou o pobre sábio que vive reflexivo?

A miséria está nos olhos de quem quer ver.
A miséria e dita pelos padrões daquele que julga.
A miséria é a extremo oposto do vosso querer.
Mas a vossa ambição não é o que o outro promulga.

Definir a miséria alheia por vossos valores.
Este sim é um ato miserável.
Não se importem com as misérias exteriores.
É no espírito que se vê o verdadeiro miserável.

A posse externa é um reflexo torto.
Ela é moldada pela ambição interna.
Quais os valores plantados neste horto?
Descubras, e terás luz nesta caverna.

Abstenham-se de julgar a miséria alheia.
Estendam as mãos para quem a busca.
Ajudem, não fiquem apenas na plateia.
Enquanto isso, sua própria miséria se ofusca.




Caro leitor, depois deste poema, leia também:

Quanto Vale Sua Camisa - Mas O Qué Que Eu Sei?!

O Desejo De Um Miserável: Não Usar Mais Camisa - Diário Da Solidão

Confiança


Tu és a mais rara flor
De uma beleza infinita
Tão frágil durante a dor
Cresces sempre restrita

Cultivar te é um talento
Da mais fina galhardia
Mas morres de momento
Diante de uma covardia

A palavra é tua ceifeira
E o silêncio te sustenta
Quebrada tu viras poeira
Tua reconstrução é lenta

Digno de ti eu quero ser
Ter-te no jardim da vida
Na amizade iras crescer
Com muito zelo protegida

domingo, 3 de fevereiro de 2013

Caminhos da Solidão


Caminhando entre sombras
Dentro de uma solidão vazia
Bem no meio de tantas outras
Vidas que não tem mais-valia

Desencontros em profusão
São mistérios do dia-a-dia
Recheados de muita confusão
Solitários em uma mesma via

Esbarram-se, mas não enxergam
Bem ali, debaixo da própria vista
Numa busca insana se esmeram
Sempre por uma paixão idealista

Para amar basta se permitir
Isso não tem nenhum mistério
Mas ninguém jamais quer admitir
Fazendo da solidão um ministério

Existe prazer no sofrimento
O tempo não passa desperto
Coração quer entendimento
E a razão vagando no deserto

Cansei de buscar quem só busca
Espero encontrar quem encontra
O ideal apenas à mente ofusca
Viverei na solidão, mas do contra