domingo, 30 de dezembro de 2012

O Alfa da Alcateia

Ele segue à frente
Guiando a alcateia
Uma aguda mente
Escolhendo a aleia
 
Dele todos dependem
A sua força é a união
Muitos deles o temem
Um valente coração
 
Muitas vezes desafiado
Pelos jovens que criou
Mas sempre respeitado
Pelas lutas que travou
 
Passou a sua juventude
Como um lobo solitário
Cultivando a sua virtude
De líder forte autoritário
 
Sobre a proteção da lua
Ele conduz seu bando
Para uma caçada mútua
Sempre sob seu mando
 
Mas a velhice o ronda
Como a seu antecessor
O tempo é uma onda
Com um poder opressor
 
Chegara o dia frio e mortal
Em que perderá um desafio
Será apenas um fato casual
Dentro  do matagal sombrio

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terça-feira, 25 de dezembro de 2012

Menino Deus

Mesmo sabendo de todo martírio
Experimentaste uma vida humana
Nascera sem o vosso infinito poderio
Indefeso como toda criatura mundana
Num mundo primitivo e sombrio
Onde morte e pecado fazem campana

Dádiva derramada sobre todo um orbe
Em vosso sangue lavara nossos pecados
Uma promessa de vida isenta da morte
Sendo vossos atos por todos louvados


domingo, 23 de dezembro de 2012

Perdido de Amor

Em um abraço
Apertado
Perco a noção de espaço
 
Sinto teu alento
Próximo
De ti fico sedento
 
Pelo teu cheiro
Envolvente
Perco a razão por inteiro
 
Uma grande paixão
Rara
Enamorado sem razão
 
Teu belo olhar
Imensidão
Onde quero mergulhar
 
Tua linda boca
Curvas
Que tensão aguda e loca
 
Na palma de tua mão
Suave
Coloquei minha alma e coração
 
De teu sorriso
Dependente
Para viver de ti preciso

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Belo Maldito

Ele sente o doce cheiro
Lembra-o quente na boca
Sabor vivo e derradeiro
Uma necessidade loca
 
Ele corre em disparada
Apenas por instinto
Caçador na madrugada
Um maldito faminto
 
Esqueceu a compaixão
Sua alma esta morta
Vive apenas a maldição
Nada mais lhe importa
 
Ele alcança a presa
Observa-a do alto
Uma jovem burguesa
Solitária no asfalto
 
O ambiente se transforma
As sombras criam vida
Os demônios sem forma
Esperam pela investida
 
Assim ficou o pacto precito
Ele bebe todo o sangue
Enquanto o bando maldito
Devora a alma exangue
 
Ele desce para a rua escura
Uma quadra frente à vítima
E retorna em galante figura
Para uma sedução legítima
 
Ela vê o jovem a sua frente
Olhos brilhantes sorridentes
Sensual e também elegante
Beleza e cheiro envolventes
 
Ela tropeça numa sombra maldita
Ele impede sua queda arranjada
Envolta em seus braços ela levita
Pelo seu sorriso fica encantada

Ele sussurra em seus ouvidos
Palavras pelas quais ela ansiava
A razão se perde nos sentidos
Os dentes na jugular ele encrava
 
As sombras avançam
Elas engolfam o casal
Os demônios dançam
Sumindo numa espiral
 
Um corpo jaz no asfalto
Sem sangue nem alma
Ele de novo olha do alto
Satisfeito e com calma
 
Ele vê o prenúncio no horizonte
E corre para esconder-se da luz
Falta pouco para o sol nascente
O poder que à morte o conduz
 
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domingo, 16 de dezembro de 2012

Lançamento do Livro "Extremos da Alma Humana"

Bom dia amigos

Quero comunicar a todos vocês que acompanham meus poemas, que nesta semana lancei meu primeiro livro.


“Extremos da Alma Humana”

Ele pode ser adquirido nos seguintes locais:

Na internet, no site da Livraria Asabeça;

Em Porto Ferreira, na Cultural e na Livraria Enigma.

Modéstia as favas, é um ótimo presente de Natal.

Conto com o apoio de todos vocês.

Abraços.


http://www.asabeca.com.br/detalhes.php?prod=6263&kb=739#.UMju7oNZV6g

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Naufrago de Amor

Adentrei neste oceano infinito
Sem ter a noção do perigo
Estava apenas afoito e aflito
Para viver somente contigo

Navegamos por águas calmas
Na mais plena felicidade
Não éramos mais duas almas
Éramos uma integridade

Então um dia veio a tempestade
E eu segurei sua mão com força
Mas você apenas viu temeridade
Fugindo da fera como uma corça

Eu fiquei abandonado
Neste oceano bravio
Meu sonho naufragado
Minha alma com frio

Numa tábua de saudade
Boiei até o esquecimento
E hoje me falta a vontade
De navegar o sentimento

Virei as costas para o oceano
Apeguei-me ao meu dia-a-dia
Não aguento mais um engano
Não suportarei mais covardia

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domingo, 9 de dezembro de 2012

A Poderosa Dama

Uma poderosa Dama chega ao vale
Vestida em belos tons de cinza e azul
Ela faz de cúmulos escuros seu chale
Dançando sobre as montanhas ao sul

Duas companheiras ela traz consigo
Uma esta livre e dança alegremente
Nutrindo a terra com seu poder antigo
Ela é a Vida e porta-se calidamente

A segunda vem cativa e muito furiosa
É a Morte engendrada em correntes
Uma delas é invisível, mas poderosa
As outras são douradas e flamejantes

Sobre o vale elas avançam a dançar
Cabe a Mata ser a primeira as receber
As arvores fincam raízes para esperar
E fecham suas folhas para não perecer

Algumas se curvam frente à beligerância
Outras se mantêm eretas em seu orgulho
Varias pagarão com a vida pela arrogância
A Morte como um falcão faz seu mergulho

A corrente invisível açoita a Mata
Galhos se quebram e ninhos caem
A Morte insaciável muda de chibata
As correntes flamejantes aparecem

Galhos explodem e copas queimam
O incêndio se espalha pela floresta
Mas a Vida e suas dádivas chegam
Apagando o fogo da Morte nefasta

Dançando sobre a Mata elas se vão
E chegam as margens do Grande Rio
Ele recebe o trio com muita satisfação
A Morte em correntes não lhe é desafio

A Vida nutre ao Grande Rio
A Morte assiste indiferente
Sobre seu leito dança o trio
Até que a Morte olha à frente

Há uma Dama de Ferro sobre o rio
Com um braço apoiado em cada margem
Seus pés estão fincados no leito frio
Dando há séculos uma segura passagem

A Morta lança sua corrente invisível
Mas a Dama de Ferro não se abala
A fúria da Morte fica mais terrível
E com as flamejantes tenta dominá-la

O fogo percorre os braços metálicos da Dama
E se perde por debaixo das águas do Rio
Cada joia de luz moderna que ela usa se queima
Mas seu corpo não sofre sequer um arrepio

A Morte frustrada se lança sobre a cidade
E joga sobre ela suas correntes flamejantes
Mas ali impera a ciência e a modernidade
Gigantescas agulhas prendem suas correntes

Sem o poder devastador das flamejantes
Ela açoita a cidade com a invisível corrente
Lixo, telhas e placas alçam voos alucinantes
Mas as construções resistem bravamente

A Vida também chega à cidade
Despejando nela sua dádiva
A dança continua em velocidade
A espera é a única alternativa

No solo impermeável da cidade
Não penetra a dádiva da Vida
Correntes formam em velocidade
E são tomadas pela Morte atrevida

Ruas inundam rapidamente
Afogando animais e pessoas
A Morte fica feliz finalmente
E a Vida cai em tristes nevoas

Mas a Poderosa Dama avança
Levando sua dança para o norte
O vale agora em paz descansa
Achando que teve muita sorte  

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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Mágica Jornada

Caminhando sobre nuvens sem fim
Ou sobre a neve em densas brumas
Eterno horizonte em branco marfim
Um deserto plano sem areia e dunas
 
Busco pelas cúpulas douradas
Um antigo sonho amargo e frio
Sem mapa ou sequer estradas
Sei que estão muito além do rio
 
Por minha alma faço essa jornada
Pela minha redenção que procuro
Gravado em minha mão esquerda
Esta o selo de meu destino escuro
 
Uma profana condenação
Que somente pode ser quebrada
Pelo mestre mago ancião
Que nas cúpulas fez sua morada
 
Sigo só cumprindo este vaticínio
Viajo sem meus servos e amigos
Este é o preço de meu desígnio
Profetizado durante ritos antigos
 
A determinação é minha espada
Faço da esperança meu broquel
Assim vou cumprindo a jornada
Para revogar meu destino cruel
 
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domingo, 2 de dezembro de 2012

Penitente

Quero libertar a minha alma
 
Perdoa-me
Ajuda-me
Socorra-me nesta hora
 
Perdoa-me
Ajuda-me
Tire-me desta aflição de agora
 
Ó Nossa Senhora
Valei-me nesta hora
Dai-me uma nova aurora
Ajudai-me
 
Ó Nossa Senhora
Perdoai-me nesta hora
Pelo sangue derramado outrora
Valei-me
 
Quero libertar a minha alma
Amálgama de sofrimentos
Recuperar a minha calma
Findar aos meus lamentos
 
Quero libertar a minha alma
Amálgama de lamentos
Escapar da chama alta
Findar meus sofrimentos
 
Ó Nossa Senhora
Perdoai-me nesta hora
Ó Nossa Senhora
Pelo sangue derramado outrora
Valei-me.

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quarta-feira, 28 de novembro de 2012

A Voz Da Mata


Poema em comemoração aos 50 anos de criação do Parque Estadual de Porto Ferreira
(Mata do Procópio).


Eu não tenho voz
Eu não articulo nada
Mas está noite uma voz me é emprestada

Então não perderei tempo me apresentando
Cada um aqui presente me conhece
Eu vivo entre a estrada e o rio que padece

Já dominei toda está região
Para além de onde a vista humana alcança
Mas seus antepassados vieram e fizeram uma matança

Por isso vivo confinada
Mas não estou em busca de vingança
Quero apenas a chance de viver com esperança

Hoje sou pequena
Mas a força da criação ainda esta comigo
Na ausência vossa eu crescerei destruindo vosso mundo antigo

Não me entendas mal
Não quero ao vosso fim
Alegra-me vossa presença junto a mim

Quero vossa parceria
Pois vocês precisam da minha ajuda
Para que a terra novamente volte a ser fecunda

Deixem-me ir além do parque
Deixem-me voltar a ser a ciliar deste rio amado
Abraçar novamente ao Mogi e seus filhos como no passado

Deixem-me enfeitar os jardins de Porto
Sombrear suas calçadas e quintais
Margear a Anhanguera e muitas rodovias mais

Venham saborear meus frutos
Clonar minhas filhas e dispersar minhas sementes
E talvez até achar remédios para os males de corpos e mentes

Deixem-me doar a vida
Ser o lar de seus irmãos em extinção
Curar as feridas da terra que explorastes sem compaixão

Deixem-me respirar
Para que vocês também possam respirar
Nesta parceira todos nós só teremos a ganhar

E se um dia vocês partirem
Para as estrelas conquistarem
Eu ficarei aqui cuidando dos que ficarem

Mas se quiserem a minha ajuda
Para terraformar novas orbes e criar novos lares
Com prazer eu cruzarei convosco os vazios estelares


Anfiteatro Municipal Esaltino Casemiro – Porto Ferreira SP – 28 de Novembro de 2012.




domingo, 25 de novembro de 2012

A Fuga Fria

Na estrada em uma noite fria
Com uma miríade de estrelas
Na mente uma visão sombria
Antevendo todas as mazelas

Fugindo do próprio destino
Na mais alta madrugada
Num momento de desatino
A sorte nefasta foi selada

Um estampido
Um clarão
O corpo caído
Um borrão

Uma contenta sem sentido
Agora jamais terá um fim
O motivo justo está perdido
Dentro duma poça carmim

Uma vida findada
Entregue para os lamentos
A outra destroçada
Imersa em arrependimentos

É longa por demais a estrada
Mas a distância não aumenta
O frio que acalenta a jornada
Ecoa no seu imo em tormenta

Não existirão moradas
Não haverá refrigério
Seguirá pelas estradas
Mantendo seu mistério

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Guerra do Pó



A cidade desfalece nos crepúsculos
O medo impera em todas as sombras
A velha amiga distribui mais ósculos
Familiares pranteiam sobre alfombras
 
O braço da lei esta acuado
Fogo e chumbo são as armas
E todo terror é determinado
Por detrás das altas muralhas
 
Vira pó o poder público
Pela inércia dos políticos
E o pó vira poder único
Pelos viciados mefíticos
 
Os avós oram pela paz
Os pais imploram por justiça
Pela guerra nada se faz
O parlamento só tem cobiça
 
Apliquem os direitos humanos
Apenas aos humanos direitos
Joguem por terra esses enganos
Em memória dos lares desfeitos
 
Respeitem as vidas perdidas
Honrem os policiais mortos
Criem leis muito mais rígidas
Fechem fronteiras e portos
 
Tomem as redias do destino
Não sejam vítimas dos fatos
Isto é guerra não um desatino
Diante da gravidade dos atos
 
 

domingo, 18 de novembro de 2012

Revolução

Incontáveis são as memórias
Entalhadas em meu coração
Foram dias plenos de glorias
Merecedores de uma canção
 
Nossos sonhos chegaram
Ao longínquo limite do céu
Por força dos que lutaram
Enfrentando o destino cruel
 
A liberdade voo alçou
A alma obteve o perdão
A nação nos abençoou
A luz baniu a escuridão
 
Vieram belos dias de paz
Foram-se os dias de luta
Aos que ficaram para trás
Homenagens por conduta
 
Assim construímos uma nação
Suor e sangue foram derramados
Nunca esqueceremos esta lição
E dos muitos sonhos sacrificados

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Chuva Na Alma

Chovia muito naquele dia
Em que tu disseste adeus
A água da chuva era fria
Quente a dos olhos meus
 
Fiquei olhando seu caminhar
Até desaparecer na névoa
Sentindo a saudade apertar
Em meu coração sem trégua
 
A chuva já parou lá fora
Mas não em minha alma
Meu coração ainda chora
Minha mente sem calma
 
Eu ouvi com atenção
A tudo o que falaste
Mas em meu coração
Sem sentido ficaste
 
Queria muito entender
O porquê desse final
Deixando de padecer
Obtendo a paz afinal
 
Sigo sem refrigério
Sentindo toda a dor
Com esse mistério
E sem o teu amor
 

domingo, 11 de novembro de 2012

Fé No Amor

Em teus olhos eu olho
E neles eu vou acreditar
É o destino que escolho
Para sempre vou te amar
 
Não diga que o amor é cego
Isso eu nunca poderei aceitar
Quem fica sem foco é o ego
Por na verdade não acreditar
 
Quero poder ler sua mente
Secretamente nos comunicar
Saber quando está contente
Ou sorrindo só para disfarçar
 
Quero viver ao se lado
Por todas as estações
Desfrutar deste legado
Tão cheio de emoções
 
Quero ser a luz do sol
Dentro de seu coração
E tu serás o meu farol
Indicando-me a direção
 
Vamos trilhar o caminho
Para a nossa felicidade
Enfrentando cada espinho
Sempre com a verdade
 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Paixão Magnética

Sigo mergulhado nessa paixão
Uma sensação demasiada e incerta
Uma força gravitacional e magnética
Que excede o limite da razão
 
O destino esta brincando conosco
Dando-nos impressão de uma batalha
Onde não veremos vitória ou mortalha
Apenas dois corações num enrosco
 
Nesta situação a teoria é falha
Basta um toque para perder-se
Não haverá remédio que valha
A única solução será render-se
 
E assim estamos condenados
Vamos viver uma linda história a dois
Pelo destino fomos conectados
E não temos como deixar para depois
 
Segure em minha mão
Vamos juntos pelo mundo
Viver toda essa paixão
Um eterno amor profundo
 
Isso é tudo o que quero
Ter você ao meu lado
Para sempre eu espero
Sonhando ou acordado

 

domingo, 4 de novembro de 2012

Os Bem-aventurados

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bem-aventurados aqueles que pacificadores são
Porque eles serão chamados Filhos de Deus
Bem-aventurados os que são perseguidos por sua retidão
Porque deles é o Reino dos Céus
 
Bem-aventurados todos que ao arco-íris leem
Porque eles estão no caminho
Bem-aventurados os que na solidão da alma vivem
Porque eles terão percorrido a metade do caminho
 
Bem-aventurados os que em nascer na imperfeição escolhem
Porque eles serão duplamente recompensados
Bem-aventurados os que no luto sofrem
Porque eles serão consolados.

Bem-aventurados os que sabem e calam
Porque algum dia exaltados eles serão
Bem-aventurados os que choram
Porque ao Espírito eles receberão
 
Bem-aventurados os que não temem
Porque Deus em suas mentes eles encontrarão
Bem-aventurados os que não mentem
Porque com os que enganam eles não se importarão

Bem-aventurados os limpos de coração
Porque os encontros deles com Deus serão antecipados
Bem-aventurados os que têm fome e sede de retidão
Porque eles serão saciados.
 
Bem-aventurados os que maldições, perseguições e injurias sofrem
Porque no Reino grande será a recompensa
Bem-aventurados os buscadores da verdade mesmo que não a encontrem
Porque na busca encontrarão a recompensa
 
Bem-aventurados os misericordiosos
Porque misericórdia eles obterão
Bem-aventurados os mansos
Porque a Terra eles herdarão
 
Bem-aventurados os que à felicidade buscam
Porque eles serão encontrados pela felicidade
Bem-aventurados os que à vontade do Pai se entregam
Porque terão encontrado a verdade.
 
Bem-aventurados os que amam a si mesmo
Porque amar a todos eles irão
Bem-aventurados os humildes e os pobres de espírito
Porque os tesouros do Reino deles serão
 
Bem-aventurados os que desaprendem
Porque eles renascem