terça-feira, 10 de outubro de 2017

Canário



Eu apenas bato as minhas asas!

Estou sempre cantando, dormindo ou acordado
Minha existência é igual a de um canário
Pelos meus reluzentes e doces ideais, enclausurado
Ninguém pode sequer me tocar neste cenário
Sigo sempre cantando, sóbrio ou embriagado

Eu apenas bato as minhas asas!

Onde eu durmo no meio deste doce mel
Tudo que eu preciso é cantar
Apenas este é o meu único papel
Então deixe-me apenas aqui ficar
Idéias em grades compõem o meu dossel

Eu apenas bato as minhas asas!

Tudo que eu preciso é gritar
Só isso me deixa invencível
Então apenas me deixe cantar
Por favor não abra minha gaiola invisível
Deixe-me preso neste doce sonhar

Eu apenas bato as minhas asas

Eu começo a cair… de cabeça
Por ondas de realidade e ilusão eu sou levado
Fazendo com que meu dossel desapareça
Num misto de amor e ódio eu sou tragado
Mas abrirei minha boca antes que eu enlouqueça

Eu apenas bato as minhas asas

Mesmo que eu não tenha asas, ainda posso cantar
Indo para longe… bem longe...sem uma parada
Não há mais o que possa me assustar
Já não me importo se me deixaram sem mais nada
Eu sou um canário e por isso vou cantar