quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

Falso Sorriso

Na fria noite em que fiz amor contigo
Você me guiou em meio aos sonhos
Pois tu sempre foras gentil comigo
Mentindo com teus lábios risonhos

Agora vivo com o calor de minhas lembranças
E o mapa amarelado do futuro que idealizei
Com medo de algo e carregando inseguranças
Tremendo só num caminho que não desejei

Incapaz de revê-la, continuo sorrindo
Fingindo para o mundo uma felicidade
Corrôo minha alma com mediocridade
Lembrando de teu calor vou me iludindo

Queria ficar de novo em teus braços
Refazendo meu coração em pedaços
Olhar outra vez teus lábios sorrindo
Mesmo sabendo que estas mentindo

  

domingo, 28 de dezembro de 2014

Sussurros da Batalha


Pelo bem de um futuro do qual não podemos desistir
Esperanças ressoantes acordam nesta hora
Liberdade é a força maior que nos movimenta agora
O destino sopra no momento certo de se agir
A dor já não suporta mais a demora
O coração clama pelo direito de sorrir
Ares e Nergal sussurram para quem quiser ouvir
A batalha subira junto com a aurora
Já passou faz tempo da hora de fugir
Nada restara de conhecido lá fora
E não temos a opção de temer o porvir
Só os tolos vão sentir saudades do outrora
Resta-nos apenas um caminho para seguir
Pelo bem de um futuro que hoje aflora



quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Sonhos Mutilados





Acendemos luzes clamando por esperanças
Damos presentes buscando o nosso melhor
Oramos como se de novo fôssemos crianças
Reacendendo a fé que passa o ano em torpor

Mesmo sem plantar queremos colher a felicidade
Esperando belos dias pelos quais não planejamos
Esquecemos que o tempo apenas traz a idade
E que realizações são os reflexos de quem somos

Queremos a paz sem abrigá-la em nossos corações
Desejamos a prosperidade flertando com a preguiça
É o trabalho que transforma em realidade as ilusões
O verdadeiro tesouro não é conquistado com cobiça

Novamente viveremos mais de trezentas desilusões
Pois os nossos corações em nada foram mudados
Mantendo inchados estes egos repletos de lesões
Povoados de sonhos que já nascem mutilados





domingo, 21 de dezembro de 2014

Abandono e Liberdade



Abandonei no futuro os meus sonhos distantes
Foi só dever os caminhos que trilhei até agora
Sem compreender estes limites tão intrigantes
Busco liberdade ao meu coração sem demora

Este poder é luz que dispersa meus sentimentos
Com ele poderei destruir tudo o que me prende
Não importa se ninguém mais me compreende
Eu rasgarei as trevas de todos estes sofrimentos

Percorre meu corpo um pressentimento
Em uma velocidade maior que a da luz
Está correto o caminho que me conduz
Mais elos se rompem a cada momento

E resistindo a esta dor crescente
Irei libertar meu sofrido coração
Mesmo sem ter apoio ou perdão
Então poderei sonhar novamente



quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

Um Pássaro Que Se Prende

Aquele pássaro já não quer mais voar além
Ele censurou o céu com suas perfeitas asas
As altas montanhas não mais são suas casas
Ele aninhou-se no coração de outro alguém

Agora teme a velocidade entre suas penas
Ele criou receios em voar para muito longe
As brancas nuvens não são mais pequenas
Fez do coração amado a cela de um monge

Ele já não olha mais para o horizonte
Ele já não quer mais seguir o poente
Basta-lhe o calor do amado coração
Basta-lhe o sussurro desta pulsação

Na verdade ele não pode mais voar
Por este amor que o prende agora
Mas em verdade ele ainda quer voar
Junto com este amor que o devora


sábado, 13 de dezembro de 2014

O Senhor do Sonhar

Ele veste um céu estrelado 
Feito um longo manto negro
Onde o espaço não é gelado
E as estrelas dançam alegro

Ele apenas observa o mundo
Seus sonhos e os pesadelos
Que sustentam todos os elos
De um cosmo mais profundo

Vive cercado por maravilhas
E pelos horrores mais difusos
Não tendo estradas ou trilhas
Ele vaga pelos ventos profusos

Sua dimensão não tem limites
Não é infinita mas se perpetua
Está no fim do caminho da lua
Mas nunca espere por convites


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Linhas Disformes

Buscas por algo que não te retratas
Escrevendo palavras desconexas
Com os dedos ao teclado maltratas
Procurando disformas complexas

As explicações não foram pedidas
Nem apresentadas as expectativas
Muitas foram as horas já perdidas
Entre letras mortas e ilusões vivas

Muitos complexos já detalhados
Mas a compreensão fora mínima
Culpa desta escravidão pela rima
Que deixa conceitos empalhados

Poucos vasculham as entrelinhas
Vivem com a sede pelo imediato
Escravos todos são das folhinhas
Rompido com o tempo o contrato

Põem a culpa no déficit de atenção
Mas eles só existem na contramão
Realizam pouco sonhando em vão
Egoístas, jamais encontram paixão




domingo, 7 de dezembro de 2014

Mundo Sem Pressa

O que tu tanto procuras?
Para onde é que tu vais?
Desejos trazem torturas
Ficam lamentos no cais

Por isso aqui permaneces
Emitindo sons feito preces
Mesmo com a porta aberta
A trilha permanece deserta

Lembro de você sorrindo
O momento mais valioso
Pequeno mundo virtuoso
Que acabei descobrindo

Tu vives em meu coração
Esta é a minha promessa
E tudo mais virou a ilusão
De um mundo sem pressa


  

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Consummatione Saeculi



O tempo torna-se efêmero e breve
E a lógica se derrete como a neve
Esperança não surge no horizonte
E já não há mais água sob a ponte

A luz que nasce é quente e pálida
Apenas a morte o sol agora exala
O passado é uma saudade cálida
E o futuro apenas de solidão fala

A dor é um lugar de fuga e refúgio
Esperam a velha amiga com desejo
Que ela seja breve feita um lampejo
Dispensando trombeta ou mocúgio

Não mais existe um lugar seguro
A confiança é um corpo insepulto
Executado pelo veneno do inculto
E até mesmo o amor ficou impuro

A mente clara vaga na escuridão
Enquanto a louca busca solução
O sangue pulsa sem um coração
E todos agradecem a ingratidão