quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Tempestades


Os ventos gélidos e trêmulos da noite sopram
Tentando apagar as chamas de meu coração
E nas tramas do destino os nós me apertam
Estrangulando o meu espírito com a solidão

No espelho, meu antigo eu está chorando
Lágrimas amargas da juventude perdida
O peso do tempo me é uma besta ferida
Que os meus sonhos está esmagando

Tento enganar esse meu espírito sofrido
Dizendo que estes nós hão de virar pó
Mas o destino jamais ofereceu um dó
Ele só premia a quem tiver sobrevivido

Chove forte lá fora aumentado a escuridão
Refletindo a tempestade em meu coração
Não há mais o que afundar no desespero
Só posso orar implorando por um desterro 


domingo, 23 de fevereiro de 2014

Manchetes

Jamais poderemos encontrar a verdade
A Imprensa não informa nem transmite
Ela apenas serve ao dinheiro e a vaidade
Esconde os fatos e as intenções omite

Mas algo agora tem que ser feito
Alguém só perde se outro ganha
Temos que resolver este conceito
Pondo fim ao vício da barganha

A realidade duvidosa está a nossa volta
Impedindo-nos de ver o que procuramos
A cada dia que passa é maior a revolta
Na luta cega apenas nos desencontramos

De nada vale a morte sem a mudança?
De que vale sacrifício sem transformação?
Nós apenas sobrevivemos na matança
E morremos aos poucos como uma nação

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quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Murmúrios No Silêncio

O silêncio murmurou teu nome
Acelerando meu sofrido coração
Enquanto o vento traz o epítome
Onde cada página é uma emoção

Lagrimas nascem de minha culpa
Regando as dores de minha alma
Sem direito a perdão ou desculpa
A minha paz a saudade empalma

Aos desejos de um coração amargo
O Anjo do destino jamais irá realizar
Mas o meu espírito está tão letargo
Que a nenhum deles irá abandonar

Queria lançar todos eles ao mar
E aceitar que jamais me amou
E o amor que eu queria lhe dar
Talvez termine como começou

Dói demais essa sensação
De que você não mais retorne
Mas em meu sofrido coração
O silêncio murmura teu nome



domingo, 16 de fevereiro de 2014

Respirando

Passo o meu dia respirando
Vendo o tempo expirando
No trabalho transpirando
E a mente segue pirando

Um cheiro eu sinto respirando
É a poeira no ar espirando
Pela alergia vou espirrando
E a mente segue pirando

Chego em casa respirando
Minhas dores vou espiando
Por um banho frio aspirando
E a mente segue pirando

Ao computador chego respirando
Pela escrita vou me inspirando
Relembrando amores suspirando
E a mente segue pirando

E ao sono me entrego respirando
Por mais um novo dia esperando
Sem ver que a vida vai expirando
E em sonhos perco-me delirando



quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Bagagem Inútil

Eles esperam minha dor
Perturbam a minha paz
E consomem meu calor

Este peso eu não quero mais
Esta dor vou deixar para trás

Eles fingem saber amar
Decretam os meus passos
E impedem meu sonhar

Este peso eu não quero mais
Esta dor vou deixar para trás

Eles promovem minha prisão
Provocam o meu pavor
E atam-me pela ilusão

Este peso eu não quero mais
Esta dor vou deixar para trás

Eles exigem minha fidelidade
Cobram a minha dedicação
E sepultam minha felicidade

Este peso eu não quero mais
Esta dor vou deixar para trás


domingo, 9 de fevereiro de 2014

Feitiço da Chuva


Eu evoco o Pilar do Norte
Cuja força emana da Terra
Alimentando o belo e a fera
Onde o verde é mais forte
E a dor encontra a morte

Eu evoco o Pilar do Oeste
Cuja força emana do Fogo
Elevando montes em jorro
Tocando o azul celeste
Na altura mais agreste

Eu evoco o Pilar do Sul
Cuja força emana do Ar
Alimentado pelo frio polar
Fazendo o minuano azul
E cada pássaro um êxul

Eu evoco o Pilar do Leste
Cuja força emana da Água
Salgada como uma bágoa
E com a vida à tudo veste
Até que nada seco reste

Aos quatro elementos oro
Neste momento de agonia
Que tragam a chuva fria
Por essa dádiva imploro

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domingo, 2 de fevereiro de 2014

Liberdade Solidão


Abracei uma liberdade chamada solidão
Onde nada mais tem volta
Onde nada mais importa
Onde não há desilusão


Abracei uma liberdade chamada solidão
Onde a dor não traz revolta
Onde o calor não conforta
Onde não há problema sem solução

Abracei uma liberdade chamada solidão
Onde a distância não é impertinente
Onde a alegria é independente
Onde a tristeza não faz destruição

Abracei uma liberdade chamada solidão
Onde a morte não é temida
Onde a vida é vivida
Onde a mudança é uma paixão

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