Dedos em riste tentando provar quem é o menos pior
E a audiência não sabe o que é para si o melhor
Entorpecidos entre favores e verbas vão sobrevivendo
Enquanto no macro a máquina os vai moendo
Não param para ver quem é que está lucrando
Já não sabem a diferença entre maldade e descaso
Parar para pensar já não vem mais ao caso
Seguem ilusões que eles mesmos vão criando
E a nação trilha em passos largos para o ocaso
A Juventude já atravessou as perdições
E em silêncio encalhou na desesperança
Aguarda meteoros ou anjos da vingança
Ouvindo músicas que carecem de emoções
Regadas a drogas, sexo e matança
A fé não tem valor onde o perdão tem preço
E onde a salvação virou sinônimo de sucesso
Os pastores são ouvidos, mas Deus nada declara
No lugar do rebanho tem apenas a manada
E a manada engorda a massa de manobra
Disposto à sua frente só aparece o que não está querendo
Dedos em riste tentando provar quem está vencendo
Mas o conluio entre todos é sua oculta grande obra
E eles seguem moendo a massa de manobra
Atual e verdadeiro. Difícil e doiído para quem enxerga a verdade e mais difícil ainda é continuar a caminhada entre a cegueira da manada.
ResponderExcluirExcelente poema. A primeira estrofe é sensacional. Boa escolha do tema. Visão de mundo bem aberta e analítica de uma pessoa consciente. Boa mensagem. Palavras fortes e duras. Muita personalidade e muita técnica. Percebe-se um padrão na montagem dos versos e isso não é fácil. Mandou bem.
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