domingo, 28 de junho de 2015

Uma Doce Sina



Tua luz me traz a fé e fortalece a esperança
Mas a estrada para o amanhã nunca termina
Mesmo assim seguiremos fielmente essa sina
Guiados somente por uma alegre lembrança

Essa tua promessa enche os meus olhos de luz
E teu testemunho rompe o vórtice da escuridão
Ascendendo aos deuses nosso clamor se conduz
Buscando a paz tão almejada em meu coração

Seguras tudo que vale a pena ser protegido
Mantendo-as firmemente em tua mão direita
Conservando sempre o que é mais querido
Estes sentimentos que a fazem tão perfeita

Assim seremos capazes de juntos permanecer
Não importando quão mudado esteja o mundo
Em direção ao futuro nós iremos sempre correr
Vivendo este amor intenso em cada segundo  


quarta-feira, 24 de junho de 2015

Novos Vendilhões



Sinto a fúria destes novos vendilhões
Que conquistaram o templo de Deus
E também os inocentes corações
Que buscavam os auxílios seus

Agora tentam perverter Marianne
Passando-se por meros serviçais
Escondendo seus desejos bestiais
Colocando a Res Publica em pane

Eles se esqueceram do poder das ideias
Buscando apenas as ideias de poder
Falam em ser, mas só visam o ter
As Sacras Palavras viraram prosopopeias

Que Deus proteja o Estado Laico
Para que cada um tenha a sua fé
Preservada na forma como ela é
Desde o tupi-guarani até o judaico


domingo, 21 de junho de 2015

Homo Est Machina

Ele respira em busca de pão
Desde o levante até o poente
Na própria vida está ausente
Pela rua só olha para o chão

Não se lembra mais da esperança
Não procura mais pela alternativa
Dia trabalhoso e noite pensativa
Sem sonho, objetivo ou vingança

O coração tanto apanha quanto bate
Perdido o perdão perdura a perdição
Para a morte apenas mais um abate
Fez da sobrevivência a sua maldição

O amor que ganhou fora esquecido
Faz confidências apenas à solidão
Orar é só um velho hábito mantido
Mesmo sob a luz está na escuridão


quarta-feira, 17 de junho de 2015

Vento Maroto

Ouço o cantar do vento
Correndo entre nuvens
Sobre o vale sedento
E suas secas ramagens

E toda vida implora
Pela benção da chuva
No clarão da aurora
Para o vôo da saúva

Pelos brotos que virão
Pela beleza das flores
Pelas sementes no chão
Para se ter mais cores

Mas o vento, infantilmente
Levou as nuvens consigo
Brincando impunemente
Com essas vidas em perigo


domingo, 14 de junho de 2015

Desejos e Lembranças

Eu me lembro da maciez da tua pele
Eu me lembro da doçura de tua boca
Da paixão que teu olhar me provoca
E o ébrio aroma que teu corpo expele

Não quero mais viver de lembranças
Quero de volta o calor de teus braços
Quero de novo teus úmidos enlaços
Quero-nos sorridentes feito crianças

Mas onde estará você agora?
O vento minuano nada me fala
A lua crescente nada propala
E nada vem me dizer a aurora

A primavera já se fora sem ti
O Verão não a trouxe de volta
Em meu coração só há revolta
Por toda a dor que eu já senti




quarta-feira, 10 de junho de 2015

Luar Evanescente

Divino vento da primavera
Tire-me esse sentimento
Que só me traz tormento
E a minha alma desespera

Leve-o ao brilho evanescente
Da lua cheia em seu poente
Liberte meu flagelado coração
Das garras dessa falsa paixão

A flor mais bela e imutável
É tão frigida quanto você
Gira o mundo a sua mercê
Tornando-se algo intragável

Palavras não te comovem
Perdem-se ao divino vento
Queria asas neste momento
Para ir onde elas se movem

Eu prefiro um demônio virar
A ter que devorar essa dor
Divino vento me faça o favor
Deste sofrimento me livrar

Deixe-o com a lua no poente
Diluído no brilho evanescente
Para meu coração se libertar
Para essa falsa paixão acabar



domingo, 7 de junho de 2015

A Morte, O Amor e a Vida


Eu pensei que conseguiria alcançar
A profundidade desta tua imensidão
Pondo fim na minha e na tua solidão
Ganhando a liberdade de te abraçar

Mas para a minha tristeza, nu me vejo
Estando sem eco ou sequer um contato
Não me restando nada mais de concreto
Apenas sentindo por ti saudade e desejo

Agora coloco minha alma neste portal
Para uma morte razoável que morreu
Uma morte sem coroa e sem funeral
Apenas para enterrar o que se perdeu

Estou deitado sobre ondas derradeiras
Pelo veneno das cinzas de um amor
A solidão se espalha feito um torpor
Congelando o sangue em minhas veias

Eu queria desvencilhar a minha vida da vida
Eu queria compartilhar a morte com a morte
Fazendo o meu coração desistir de toda lida
Fazendo o mundo engolir toda essa má sorte

Mas é claro que nada aconteceu
Não houve curvas ou nevoeiro
Sequer um assombro derradeiro
O bem se foi e o mal não apareceu

Livrei as mãos entrelaçadas do gelo
Tirei o inverno de dentro da alma
E o desejo de viver em fuga calma
E sob a luz do fogo tudo ficou belo

E com o calor do fogo o amor reviveu
A sombra deu lugar ao céu estrelado
Em meu sangue o frio foi derrotado
E uma nova vida o destino concedeu




quarta-feira, 3 de junho de 2015

Amor Sem Jeito


Acho que o melhor é nos afastarmos por agora
Enquanto ainda nos restam boas lembranças
Estamos nos entendendo errado nesta hora
E vamos acabar por consumir as esperanças

Não venha para mim do jeito que hoje sou
Não fique me observando onde quer que vá
Não me deixe com esse sorriso que estou
Não me importa quem você é, foi ou será

Eu orei pedindo uma eternidade sem fim
Em um céu que se alongue para sempre
Onde você estaria sempre perto de mim
E a felicidade não seria só um vislumbre

Como se fosse um mar sem fundo
Você mergulhou em meu coração
Para tomar-me de minha escuridão
Criando esse sentimento fecundo

Agora quero te entregar este sentimento
Que já não cabe mais em meu peito
Para acabar com este pesado sofrimento
Pois este amor já não tem mais jeito