Dedos em riste tentando provar quem é o menos pior
E a audiência não sabe o que é para si o melhor
Entorpecidos entre favores e verbas vão sobrevivendo
Enquanto no macro a máquina os vai moendo
Não param para ver quem é que está lucrando
Já não sabem a diferença entre maldade e descaso
Parar para pensar já não vem mais ao caso
Seguem ilusões que eles mesmos vão criando
E a nação trilha em passos largos para o ocaso
A Juventude já atravessou as perdições
E em silêncio encalhou na desesperança
Aguarda meteoros ou anjos da vingança
Ouvindo músicas que carecem de emoções
Regadas a drogas, sexo e matança
A fé não tem valor onde o perdão tem preço
E onde a salvação virou sinônimo de sucesso
Os pastores são ouvidos, mas Deus nada declara
No lugar do rebanho tem apenas a manada
E a manada engorda a massa de manobra
Disposto à sua frente só aparece o que não está querendo
Dedos em riste tentando provar quem está vencendo
Mas o conluio entre todos é sua oculta grande obra
E eles seguem moendo a massa de manobra