Eles vagueiam em busca de pão
Eles vagueiam em busca do amanhã
Levam a esperança no coração
Vivem com a teimosia de um titã
Despertam o nojo dos ignorantes
Coletam o desperdício dos displicentes
Na sociedade são meros figurantes
Sempre vítimas dos prepotentes
O trabalho que fazem não tem preço
O valor que recebem é humilhante
Explorados pelos que tem endereço
Resistem num estado degradante
Do lixo retiram seus parcos luxos
De partes tentam fazer um todo
Políticos os vêem como refluxos
Votos comprados pelo engodo
Eles tem o dia para vaguear
Eles tem a noite para pensar
Querem chegar a algum lugar
Mas isolados irão apenas vegetar