quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Perdas

A primeira perda foi o conforto
Lugar santo, quente e amorfo
Onde foi gerado o meu corpo
 
A segunda foi minha mãe amada
Pela violência ela foi levada
E a justiça me fora negada
 
A terceira foi minha inocência
Pela vida cheia de indecência
Mal chegando à adolescência
 
A quarta foram meus sonhos
Pelos deveres medonhos
Para obter os ganhos
 
A quinta foi minha vida
Por uma bala perdida
Numa disputa bandida
 
Agora sou uma alma nua
E estou diante do Infinito
Cumprindo a sentença crua
O meu santo veredicto
 
Agora sei que minhas perdas
Não justificam meus feitos
Agora as horas passam lerdas
Enquanto espio meus atos
 
Eu poderia perder tudo
Menos a minha alma
Deveria enfrentar tudo
Tendo a fé como arma

 

Um comentário:

  1. Walnice Helena Zuffo9 de janeiro de 2013 às 22:52

    Forte. Um relato da dor de quem evolui compulsoriamente. Parabens.

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Muito obrigado por sua opinião.