segunda-feira, 28 de abril de 2014

Os Sinos de Nagasaki

A luz forjou um branco profundo
Como a explosão de uma estrela
Transformando todo o meu mundo
Exceto os sinos da Santa Capela
Em sombras e cinzas no chão imundo

Milhares de almas deixaram a vida
Sem nada sentirem na partida
E nós ficamos sem despedida
Com a morte no ar escondida
Irradiando reencontros em outra vida

Nada mais crescerá aqui
Foi o que os algozes disseram
Olhando o horror que fizeram
Com medo por estarem ali
Numa frieza que nunca esqueci

Nós perdemos a guerra
Mas a natureza vive em batalha
E a vida novamente germinara
Trazendo trigo e flores à mortalha
Desafiando a ciência que o homem criara

E fora reerguida a Santa Capela
E os sinos foram devolvidos a ela
Pela força dos que sobreviveram
Entre as dores de tudo que perderam
Mas nada será mais como era 


Poema baseado na obra de Paulo Nagai – Os Sinos de Nagasaki.

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