terça-feira, 1 de abril de 2014

Surreal

Ela surgiu ali deitada ao chão
Displicente, largada, morta
Com uma rosa vermelha na mão

Pele, penas e cabelos brancos como leite
Dois poços negros no lugar dos olhos
Donde sangue escorria com cheiro de azeite

Seria um anjo morto em batalha?
Uma fraude muito bem elaborada?
Ou a ausência da fé deu-lhe a mortalha

Nenhum ferimento aparente
E no sangue um poder latente
Flores nasceram onde ele pingou

Não contei nada a ninguém
Cavei-lhe uma cova rasa
Sem direito a cruz ou réquiem

Replantei a grama calmamente
Molhei, mas sem gerar lama
Nenhuma mudança ficou aparente

Em meu coração não achei lamentos
Apenas aridez me deu aquela visão
Enterrei com ela meus sentimentos




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