Displicente, largada, morta
Com uma rosa vermelha na mão
Pele, penas e cabelos
brancos como leite
Dois poços negros no lugar
dos olhos
Donde sangue escorria com
cheiro de azeite
Seria um anjo morto em
batalha?
Uma fraude muito bem
elaborada?
Ou a ausência da fé deu-lhe
a mortalha
Nenhum ferimento aparente
E no sangue um poder latente
Flores nasceram onde ele
pingou
Não contei nada a ninguém
Cavei-lhe uma cova rasa
Sem direito a cruz ou
réquiem
Replantei a grama calmamente
Molhei, mas sem gerar lama
Nenhuma mudança ficou
aparente
Em meu coração não achei
lamentos
Apenas aridez me deu aquela
visão
Enterrei com ela meus
sentimentos
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