domingo, 18 de maio de 2014

Sacrílego

Dias secos e sem cor
Movidos só pelo rancor
O ódio sempre à espreita
Nutrido pela razão eleita
Sem lógica ou justificativa
Pondo veneno na saliva

Deseja a morte sem descanso
Prefere a corredeira ao remanso
Atormentando tudo que tem vida
Provocando em tudo uma ferida
Uma alma que perdeu o encanto
Um coração que secou o pranto

Os ouvidos não mais escutam
Os olhos não mais enxergam
Punhos e pés apenas lutam
Os lábios só ofensas vergam
Os pobres tolos retrucam
Enquanto os sábios abdicam

Palavras não o acertam
Gestos não o alcançam
Fechado para o universo
Morto para o progresso
Vítima do próprio ego
Faz de si um sacrílego



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