domingo, 25 de setembro de 2011

Abduzido


Eu ouço passos lá fora sobre as folhas caídas
E de repente o pânico toma conta de mim
Sons sinistros que rasgam o silêncio sem medidas
E eu trancado aqui numa paralisia sem fim

Estou entre minhas coisas amadas
Livros, discos, moveis e pinturas.
Os passos agora soam nas sacadas
E são forçadas todas as fechaduras


Nenhum dos meus amigos seria tão impaciente
E eles não ousariam vir aqui nesta hora.
Mas gostaria que fosse um deles ao meu batente.

Assim não estaria vivendo esse pânico agora.

Eu os ouço movendo-se cada vez mais perto,

Sons abafados que vêm pela porta da frente.
Sinto que enlouqueço e algumas lagrimas eu verto.
Suas vozes são uma cacofonia demente


Aumentado o nervosismo, estou perto de desfalecer
Eles devem saber agora que eu estou aqui tremendo
Em um terror geral, meu mundo inteiro por desfazer
Não há escapatória agora e estou enlouquecendo.

Estas paredes novas testemunham agora toda a angústia e terror
Elas viram antes brilhar em meu rosto a esperança de liberdade
Mas agora eles me reencontraram e volto a viver esse horror
Irão me levar e ainda assim não é inesperada essa monstruosidade

 
Deus me ajude. Tenho esperado por estes visitantes.
Eu os ouço movendo-se cada vez mais perto.
Sinto que enlouqueço enquanto crescem as vozes destoantes

Entremeio o som do trinco da porta sendo aberto.

Agora eu os ouço movendo-se, sons abafados.
Eles vêm pela porta. São cinza e esqueléticos.
Cabeças enormes com olhos negros ovalados.
Meu mundo esta caindo, meus nervos estáticos.

Deus me ajude. Tenho esperado por estes visitantes.
Suas mãos de três dedos me pegam com forte aperto.

Sinto que enlouqueço enquanto crescem as vozes destoantes
Não há como escapar agora e meu destino é incerto.

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