quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

O Belo Maldito

Ele sente o doce cheiro
Lembra-o quente na boca
Sabor vivo e derradeiro
Uma necessidade loca
 
Ele corre em disparada
Apenas por instinto
Caçador na madrugada
Um maldito faminto
 
Esqueceu a compaixão
Sua alma esta morta
Vive apenas a maldição
Nada mais lhe importa
 
Ele alcança a presa
Observa-a do alto
Uma jovem burguesa
Solitária no asfalto
 
O ambiente se transforma
As sombras criam vida
Os demônios sem forma
Esperam pela investida
 
Assim ficou o pacto precito
Ele bebe todo o sangue
Enquanto o bando maldito
Devora a alma exangue
 
Ele desce para a rua escura
Uma quadra frente à vítima
E retorna em galante figura
Para uma sedução legítima
 
Ela vê o jovem a sua frente
Olhos brilhantes sorridentes
Sensual e também elegante
Beleza e cheiro envolventes
 
Ela tropeça numa sombra maldita
Ele impede sua queda arranjada
Envolta em seus braços ela levita
Pelo seu sorriso fica encantada

Ele sussurra em seus ouvidos
Palavras pelas quais ela ansiava
A razão se perde nos sentidos
Os dentes na jugular ele encrava
 
As sombras avançam
Elas engolfam o casal
Os demônios dançam
Sumindo numa espiral
 
Um corpo jaz no asfalto
Sem sangue nem alma
Ele de novo olha do alto
Satisfeito e com calma
 
Ele vê o prenúncio no horizonte
E corre para esconder-se da luz
Falta pouco para o sol nascente
O poder que à morte o conduz
 
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