domingo, 2 de outubro de 2011

Desejos Acumulados



Vejo meu reflexo em teus olhos.
Duas gotas espelhadas demonstrando amor.
Minha vida passa neles em segundos.
Vejo também que seu coração já sentiu dor.


Posso ver seus sorrisos escondidos.
Teus desejos perdidos e as suplicas.
Vejo os amores não correspondidos.
Mas te vejo agora plena de esperanças.


Perco-me e queimo ao mirar nos olhos seus.
Enquanto tu me olhas fixamente.
Eu mordo meus lábios e tu brincas com os dedos nos teus.
Olhamo-nos e sorrimos timidamente.

Voltamos há ter quinze anos, eternos adolescentes.
Passam os minutos e os desejos aumentam.
O ar adensa-se, pleno de luxurias e medos ascendentes.
Cobiçam a carne e ao sexo acalentam.

Tenho-me quente, excitado.
Sei-te molhada, tua pele ferve.
E cada minuto passa demorado.
Regado ao vinho que nos serve.

Damos voltas, bebemos depressa.
As taças vazias de vinho marcam o final.
Este é o momento da decisão inconfessa.
Vamos agora ou seguimos numa dissimulação banal.

Acerco-te com doçura e te beijo o pescoço.
E tua pele responde arrepiando-se.
Acaricio sua face e tuas espáduas, com as mãos, roço.
Verga-te e a meus desejos entrega-se.

Pausa. Afasta-me e refletes. Deves ou não continuar?
Abrimos um jogo e desfrutamos, ou negamos o que a realidade pode trazer?
Depois de algum tempo a pensar, volta a nos observar.
É incrível essa sensação que provocas no meu ser.

Decides e pede-me para sairmos a caminhar
Esta noite esta convidativa para passearmos.
As estrelas nos acompanham no céu a bailar.
Como duas crianças, brincamos e nos empurramos.

Os desejos nos espreitam.
Sua sombra e a minha vão abraçadas.
Roço-te os braços, caricias que te excitam.
Seguimos sem rumo, de mãos dadas.

Mas estamos nos encaminhando para minha casa.
Eu sei. Sorrio. E tu também, com timidez.
Sinto tanto tua pele quanto a minha em brasa.
Desfrutamos o passeio, mas com rapidez.

Teus olhos e teu corpo se transformam.
Somos duas feras selvagens no cio.
O trajeto se faz eterno. Os passos se alongam.
O calor se enraíza em nossos corpos, apesar do frio.

Um paço, dois, um toque, as peles arrepiadas.
Pensas, me olhas, te observo. Isto é insanamente intolerável.
Três passos, um corredor, duas escadas.
Uma porta e as chaves que ressoam num girar infindável.

Tuas mãos passeiam caprichosamente em minha espádua.
Apóias teu corpo no meu e me abraça forte, mas com ternura.
Poço sentir-te, quente, no cio, excitada, se querendo nua.
Minhas mãos percorrem teu rosto suave com doçura.

Quatro pés caminhando trôpegos até o quarto.
Caem objetos, que toscamente enfeitam com sons a cena.
E tu paras. Outra pausa para reflexão e quase infarto.
Fico paralisado enquanto minha mente se reordena.

Para ver mensagens, teu celular tu buscas.
Buscas desculpas para não consumir-te em meus beijos.
Para não cair rendida em minha luxuria, desculpas tu buscas.
E te aproximas para me perguntar algo sem afagos.

Tarde demais. Num único movimento te empurro à cama e caímos juntos.
Estou em cima de ti e meus lábios se apegam em tua boca caramelada.
Os desejos se espargem em meus lençóis de seda e cetim pretos.
Teu corpo e o meu fazendo contraste pela paixão desatada.

Os beijos são suaves pétalas de rosas que flutuam descaradamente.
As caricias abrem jogo a nossas mentes excitadas e ansiosas de prazer.
Uma carícia, duas, mil delas impregnadas de amor pungente.
Meia hora e meu sexo investindo em teu corpo a tremer.

Primeiro suave, devagar, muito lenta.
Teus gemidos se aninham em meus ouvidos.
Sentir-me dentro de ti, quente, te encanta.
Tu te estremeces inundando meus sentidos.

Tuas pernas tremem, entrega-te qual virgem a um sacrifício.
Um, dois, e baixo-me até teu sexo quente, úmido, elixir de meu desejo.
Minha língua passeia em ti resvalando como tobogã em cada orifício.
Estou te excitando tanto que não te agüentas até o lampejo.

Explodes em meus lábios, em minha língua e gostas.
Queres teu sabor, queres que sejamos um.
Três caricias, e tuas unhas se encravam em minhas costas.
Teus gemidos ecoam pelo quarto, sem rumo algum.

Somos um meu amor. És minha. Sou teu.
E me pedes que te penetre selvagemente.
Teus olhos e tua pele eriçada expressam – és meu.
Olho-te e sussurro palavras de amor e paixão ardente.

Perdemo-nos. Somos um meu amor.
Assim é; hoje e para sempre deve ser assim.
Por que resistimos? Só trará dor.
Por que não viver os desejos dia a dia até o fim?

Sigo assim, possuindo-te qual fera selvagem.
Entrega-te ao prazer e limpe sua mente
Tuas pernas se enredam em minhas costas e tremem.
Teu corpo se arqueia. O suor se faz presente.

Sim, queres mais.
Assim, molhados, quentes, selvagens, primitivos.
Sim, dou-te mais.
E chega o momento de tocar o céu, convulsivos.

Teu corpo treme ao sentir meus jatos quentes em teu ser.
E sinto-te por dentro, quente, excitada, vibrante, latejante.
Sim. Isto é paixão. É amor. É o que ambos estamos a querer
Não vá julgar-nos. Queira dormir em meus braços, somente.
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