Flores de ipê amarelo do alto da serra.
Da jataí o mel feito de flores de laranja-pêra.
Da chuva o cheiro molhado de terra.
O orvalho da última manhã fria.
O perfume da primeira flor de orquídea.
Uma bela e animada melodia.
Uma máscula face adonídea.
A força do galope de uma manada.
O calor do forno que assou um pão.
Do vento oeste, apenas uma rajada.
Um grão de ouro de aluvião.
O azul da geleira mais profunda.
Uma folha de comigo ninguém pode.
O suspiro úmido de uma fera fecunda.
A vida de uma semente quando eclode.
A luz de um raio de tempestade.
A ardência de uma folha de urtiga.
O vigor e a energia da mocidade.
A teimosia de uma formiga.
Misture tudo no olho de um redemoinho,
Medindo as porções com a precisão de um pajé.
Mecha com a colher do amor e do carinho,
E deixe ferver sobre as chamas de sua fé.
Sublime Gilson, um belo poema-oração de um Xamã, parabéns!!!!
ResponderExcluir