domingo, 28 de abril de 2013

Encastelado Coração


Foi como uma onda de choque
Dilacerando a alma e o coração
Então tudo ficou frio ao toque
Perdendo o sentido e a razão

Busquei juntar aos meus estilhaços
Mas as partículas foram-se no vento
O que fui ficou num mar de sargaços
Perdido para sempre atrás no tempo

Só restou-me meu cerne frio
E os pedaços mais pesados
Um material denso e sombrio
O mais abjeto dos legados

Mas era o que me restava
E com ele refis o meu viver
Encastelado agora eu estava
Com medo de voltar a sofrer

Um novo Eu de muralhas frias
Cercando salões de solidão
Um castelo alicerçado em feridas
Rodeado pelo fosso da decepção

Não há ponte levadiça
Nem passagem secreta
Apenas pedra maciça
Que minha alma arquiteta



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