Foi como uma onda de choque
Dilacerando a alma e o coração
Então tudo ficou frio ao
toque
Perdendo o sentido e a razão
Busquei juntar aos meus
estilhaços
Mas as partículas foram-se
no vento
O que fui ficou num mar de
sargaços
Perdido para sempre atrás no
tempo
Só restou-me meu cerne frio
E os pedaços mais pesados
Um material denso e sombrio
O mais abjeto dos legados
Mas era o que me restava
E com ele refis o meu viver
Encastelado agora eu estava
Com medo de voltar a sofrer
Um novo Eu de muralhas frias
Cercando salões de solidão
Um castelo alicerçado em
feridas
Rodeado pelo fosso da
decepção
Não há ponte levadiça
Nem passagem secreta
Apenas pedra maciça
Que minha alma arquiteta
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