domingo, 2 de junho de 2013

Epitáfio Maneiro


Imploro a Virgem em meu banheiro
Que ponha um fim em meu tormento
O esqueleto de lagarto anda o dia inteiro
Privando-me do sono lento

As bonecas negras e o crânio fazem troça
De minha cabeça em fragmentos
Uma de minhas orelhas coça
Mas onde elas estão nestes momentos?

A Deusa Indu me aponta seus indicadores direitos
Quinhentas acusações cheias de afundamentos
Buracos criados por meus atos impensados
Que vejo e revejo nos quadros pendurados

O flamingo caça carunchos nas paredes
No ritmo ditado pela minha guitarra
Enquanto o urso abre sua bocarra
Cantando versos sempre rudes

Cravei minha espada klingom na cômoda
Depois de decapitar a boneca nenê
Cogumelos crescem no sangue da coitada
Eles alimentam o pônei maldito rosa bebê

Os dados travam uma batalha
Em lados opostos de minha cama
Com sua boca de fornalha
O Dragão defende a Dama

Ela envasou a minha razão
Dentro do jarro chinês
Espero a morte desde então
Para recuperar a lucidez

A cruz de meu tumulo já me espera
Próxima da porta do banheiro
Só me falta uma poesia sincera
Para compor um epitáfio maneiro

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Caros leitores de Poesias Amadoras.
Este texto foi mais um desafio da comunidade “Caderno de Rascunhos” do Google+: Escrever um texto tendo por base a imagem acima.
Segue abaixo os textos de outros escritores da comunidade.


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