domingo, 2 de junho de 2013

Tristeza


Hoje tu me pegaras desprevenido.
Fugiras sorrateira de seu cárcere.
Derrubaras as barreiras que eu havia erguido.
Mas não vou agora lutar contigo.

Corra livre o quanto puder.
Faça-me verter pelos olhos o fogo com que queimas minha alma.
Não tenha pressa, faça com calma.
Hoje ficarei contigo o quanto quiser.
Mostre-me cada mazela que vivi.
Brinque com todas as cicatrizes que meu coração tiver.

Revolva o lodo da memória.
Reviverei contigo cada visita que a Velha Amiga me fez.
Ninguém pode renegar sua própria história.
Tu existes em mim.
Sinal que sua Irmã Felicidade também viveu aqui.
Pois tu só podes habitar onde ela disse que sim.


A chuva foi embora e o céu está azul e límpido.
Olhe para ele através das janelas de minha alma.
Veja donde tiro forças para manter teu poder contido.
Mas não hoje.
Hoje te colocarei no colo dando-me por vencido.

Trouxera a Saudade contigo e a Solidão também.
Não as trate com desdém.
O que seria de ti sem elas?
Deixe que brinquem com meu coração.
Ele é tanto seu quanto delas.

Aproveite este dia de inverno.
Límpido, curto e frio.
A noite logo vem e com ela o sono.
Então darei um basta neste martírio.
Prendendo-te como pássaro, pois sou seu dono.



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